quarta-feira, 28 de abril de 2010

A ribeira do Alto de Barronhos e os desvios da Câmara de Oeiras


(carregue na imagem para ver maior)


A ribeira do Alto de Barronhos 
e os desvios da Câmara de Oeiras


A Câmara e o primeiro desvio da ribeira.
Nestas linhas vamos mostrar que interesses serve a Câmara de Oeiras.
Em 1989 o Ministério do Ambiente rejeita o processo de loteamento para a rua Amândio César (Outurela), apresentado pela Câmara de Oeiras devido ao facto de este prever a canalização da ribeira que, em parte, está situada precisamente no local onde se pretendia construir os lotes.
Em 1995 o promotor apresenta o projecto de loteamento à CMO com a ribeira a uma distância 20/21 metros do local onde surgiriam os prédios. EM 1998 a CMO aprova o projecto, com o referido ribeiro a 20 metros das habitações. (este não precisa de autorização do Ministério do Ambiente visto estar fora do domínio hídrico)
Em 2000/2001 os moradores compram as suas habitações com licença de habitação emitida pela CMO.
No segundo semestre de 2001 os cidadãos são surpreendidos com o desvio da ribeira sendo colocados dentro do domínio hídrico, ficando a uma distância de 6/7 metros da ribeira.
A Câmara e o segundo desvio da ribeira.
A Câmara constrói a variante Via Longitudinal Norte com um aterro com 4 metros de altura agravando o potencial de cheia da ribeira ao mesmo tempo uma aberrante obra em termos de Ordenamento do Território. A partir de então as garagens ficam inundadas desde que chova. As inundações são constantes com os elevadores a sofrer reparações constantes.
Os moradores apresentam queixa junto à Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território de Lisboa e Vale do Tejo (DRAOTLVT). Em Outubro de 2001 esta Direcção Regional embargou a obra da VLN por FALTA DE LICENCIAMENTO DO DESVIO DA RIBEIRA.


A Câmara tenta manter o ribeiro no mesmo local durante mais de nove anos.
Em Março de 2003 a Câmara apresentou à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR), organismo que substituiu entretanto a DRAOTLVT, um projecto de licenciamento de desvio da ribeira que era, precisamente, o mesmo que a DRAOTVL havia embargado em 2001.
A CCDR aprovou o projecto ilegal.
Os cidadãos contestaram esta aprovação, apresentando uma acção junto do Tribunal Administrativo. A CCDR assume perante o Tribunal ter cometido ilegalidades.
A Câmara pede a utilização precária da VLN aos Moradores
Em Julho de 2005 a CMO pede os moradores uma autorização precária de utilização da VLN, por motivos de obras, com a construção de um viaduto junto à empresa Pinhol por um período de 3 meses, informa que está a estudar soluções alternativas para a ribeira e a VLN. Os moradores acreditam nas promessas da CMO e autorizam.
A Câmara não cumpre o acordo e de forma continuada não respeita embargo da estrada.
Em meados de 2007 o deputado Luís Fazenda deslocou-se ao local e, consequentemente, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda fez um requerimento ao Ministro do Ambiente, confrontou o Secretário de Estado do Ambiente com a questão e apresentou queixa ao Inspector-Geral da Administração Local. Estas diligências deixaram o Governo e a citada Inspecção-Geral indiferentes.

A Câmara promete o cumprimento do embargo.
Em Agosto de 2009 a Câmara inaugura o viaduto sobre a auto-estrada A5. Antes informa os moradores que vai cumprir o acordo e o embargo da VLN, informa ainda estar à espera por parte da Administração da Região Hidrográfica (ARH-Tejo) da localização do novo traçado do ribeiro, tendo as verbas necessárias para a realização das obras necessárias.

O Tribunal Administrativo dá razão aos Moradores.
Em Setembro de 2009 o Supremo dá razão aos moradores mantendo a decisão da Relação, após recurso da CMO. Anula o desvio da ribeira tendo a CMO de repor a ribeira na localização de 2000.

O presidente da Câmara não cumpriu o prometido em relação à VLN.
Em Setembro de 2009 são retiradas as barreiras de betão que impedem a circulação do trânsito.

A Câmara de Oeiras não cumpriu o Acórdão do STA nem respondeu ao Bloco de Esquerda.
Em 29 de Outubro, na tomada de posse da Assembleia Municipal de Oeiras e, perante centenas de cidadãos, o Bloco de Esquerda confrontou o presidente da Câmara com estas ilegalidades.

Os Moradores interpõem uma Providência Cautelar

Face a mais esta ilegalidade os moradores interpõem, em Dezembro, uma Providência Cautelar em que são exigidas as seguintes questões:

- Embargo definitivo do troço da VLN;
- Colocação da ribeira a dezoito metros dos prédios.
Em Janeiro de 2010 a CMO reúne-se com os moradores e apresenta uma proposta que vai no sentido das exigências dos moradores. A Câmara coloca blocos de cimento na VLN impedindo a circulação.
A Câmara manobrou com o objectivo de evitar mais uma condenação em Tribunal.
O Presidente afirmou aos cidadãos que já tinha embargado o troço da VLN, que estava disposto a colocar a ribeira a 18 metros dos prédios respeitando uma decisão da ARH-Tejo emitida em Dezembro de 2009 e prometeu, ainda, que os edifícios seriam impermeabilizados. Em troca pedia a desistência da providência cautelar. Como já tinham sido enganados pelo presidente da CMO os moradores não embarcaram na conversa…
O Tribunal Administrativo dá razão aos Moradores na Providência Cautelar e condena a CMO.
Na decisão a Câmara foi condenada a repor a ribeira a 18 metros dos prédios e a manter a VLN fechada.
Quem está a pagar aos advogados que defenderam a Câmara?
É claro que são os munícipes que pagam este serviço.
Como consequência das ilegalidades cometidas e da violação dos decretos leis que regem o Ordenamento do Território todos os munícipes de Oeiras foram seriamente prejudicados em particular os residentes. Apenas promotores imobiliários ganharam com este loteamento.


anexos
faça download aqui dos documentos
embargo http://www.4shared.com/photo/LHRnHlC0/embargo2.html

supremo tribunal http://www.4shared.com/document/e6bI_qXl/supremo_tribunal.html








DISCURSO DO 25 DE ABRIL, PELO ELEITO DO BE NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL


Exmos Cidadãos

Sr Presidente da Câmara e Sr Presidente da Assembleia Municipal,
Vereadores e Vereadoras,
Membros da Assembleia Municipal.

Falar do 25 de Abril de 1974 é para muitos de nós, um exercício de memória, do antes e do depois.
É a memória do ouvido encostado ao rádio sintonizado numa estação “subversiva”, com as interferências do costume; é a memória de ler teimosamente o livro forrado com papel pardo e olhar de soslaio para quem ia sentado ao nosso lado em qualquer transporte colectivo; é a memória daquela noite de Natal enterrado num qualquer abrigo, arma aperrada; tasquinhando até à última migalha a broa que a mãe tinha enviado.
Mas, também é a memória daquela enxurrada de gente desaguando nas ruas de Lisboa naquele 1ºMaio e sentir que a Liberdade estava a passar por ali.

Passados estes anos e apesar de se ter conseguido melhorar as condições de vida e de trabalho, de se ter conquistado o Serviço Nacional Saúde, de se ter construído as redes de saneamento básico, de electricidade e comunicações, cresceram graves assimetrias económicas e sociais, graves injustiças evidenciando um poder capitalista sem escrúpulos que assimila o espaço do território de forma especulativa e favorece a corrupção a vários níveis do aparelho da administração central e da administração local.

Assiste-se ao fecho de indústrias tradicionais como a têxtil, cerâmica, calçado e o definhar das pescas e agricultura. Tenta-se criar modelos assentes na alta tecnologia mas, não se apresenta uma estratégia de médio e longo prazo em que se definam as prioridades económicas e sociais para as populações. Entretanto, damo-nos ao luxo de lançar anualmente licenciados para o desemprego e continua-se a aumentar a reserva de mão-de-obra.

Confrontado com a actual crise financeira e recessão permanente, de sucessivas políticas neo-liberais e neo-conservadoras, as direcções políticas dos partidos do PS, PSD e CDS continuam a evidenciar modelos de gestão capitalista, apresentando constantemente ataques às conquistas sociais do 25 de Abril: com planos de austeridade, de ataques aos salários e às regalias sociais dos trabalhadores, em que o esforço que é pedido aos portugueses não é distribuído de forma equilibrada, enquanto os “Gestores” que dançam entre as cadeiras do poder político e das empresas, públicas e privadas, que levam Bancos e Empresas à falência e à rotura financeira, passeiam-se imunes aos múltiplos casos de nítida corrupção e jogos de poder: já não bastava o caso das contrapartidas do negócio dos submarinos e a acreditar no incrível, eis se não quando corruptos são perdoados pelos próprios tribunais, desacreditando completamente a justiça em Portugal, veja-se o caso da Bragaparques.
Temos agora o Tagus Park, simbolo da modernidade do concelho, cuja existencia se deve á teimosia e ao investimento da Camara Municipal envolvido também em escândalo, ao tribunal caberá saber se houve ou não corrupção, aos cidadãos de Oeiras interessa saber se o dinheiro da Câmara, ou seja, dos municipes foi aplicado de acordo com os objectivos da sociedade Tagus Park e estar-se ou não em presença de gestão danosa.

Mas, se em relação à corrupção ainda há muito para se revelar, em relação ao desemprego e à vida das pessoas, demonstra-se uma total falta de solidariedade, com manifestações de neo-conservadorismo do CDS de ataque ao subsídio de reinserção social, aos apelos de privatizações de empresas do sector público mais rentáveis, como a ANA, a EDP, a GALP, CTT e até à CGD. A estes ataques, a direcção política de Sócrates contenta-se atirar um PS para uma governação de direita, deixando por sua vez os trabalhadores socialistas confusos com as medidas preconizadas pelo PEC mas, ao mesmo tempo tem havido reacções. Manuel Alegre discorda com as medidas do PEC, Sampaio afirma que basta de remunerações milionárias a gestores e Cravinho apela ao combate da corrupção.

Por outro lado, esta direcção política do PS/Sócrates, aplica as mesmas receitas que qualquer governo PSD/CDS faria: - congelamento dos salários e ao aumento da idade da reforma.
Os cortes no subsídio de desemprego, nas prestações sociais e a manutenção do alto nível de desemprego irá provocar uma baixa na procura interna e consequente aumento de falências no pequeno comércio.

É preciso combater a corrupção, a injustiça territorial e social, toda esta política do PEC, de privatizações e de ataques às conquistas sociais do 25 de Abril. Pelo nosso lado, continuamos na defesa duma sociedade socialista, construída de forma a respeitar a vida humana e do planeta, pela igualdade, fraternidade e liberdade, no combate ao poder capitalista e à pilhagem ambiental e económica, por um programa coerente às alterações climáticas, de energias alternativas, de diminuição do desperdício do espaço, de redução das emissões de GEE, de reformas institucionais que permitam a melhoria da actividade humana em cada sector com justiça social e de combate à desigualdade.

No concelho de Oeiras, estas tarefas não estão tão distantes, já na próxima semana vai-se discutir na Assembleia Municipal o PAESO, vai-se falar do Pacto dos Autarcas a nível europeu e nacional de aumento de eficiência energética, de redução de emissões de GEE e de aumento de energias renováveis. A mobilidade sustentável e a requalificação urbana, serão temas a ser debatidos e alternativas serão apresentadas, de combate às urbanizações baseadas em loteamentos anárquicos especulativos, muitas vezes isolados dos serviços públicos, planeados e organizados sem qualquer critério de sustentabilidade.

Criaram-se expectativas de que Oeiras estava mais à frente ou que marcava o ritmo mas, quando agora se faz o balanço em termos económicos, ambientais e sociais, reconhece-se que o esvaziamento da população da cidade de Lisboa, foi o pronuncio duma grande deseconomia criada: perdas de tempo, de paisagens, de ambiente e qualidade de vida urbana, baseada na proximidade e diversidade. O aumento da motorização, trouxe atrás dele outros problemas gravíssimos, em vez de se apostar na qualidade das redes e serviços de Transporte Público, preferiu-se ir construindo em qualquer colina ou vale, os trajectos casa/trabalho e trabalho/escola ou lazer e desporto, foram ficando cada vez mais longos e com maiores perdas de tempo e de energia, para além de serem complexos e aumentarem os volumes de emissões. Construiu-se mais e cada vez mais, apresentando-nos como o desenvolvimento mas, a forma como se tem estruturado a rede urbana em simultâneo com a rede rodoviária, só provocou a perda de eficácia do transporte, a insegurança e o desconforto.
O transporte publico perdeu 50% dos utentes nos ultimos 15 anos.

Esta sociedade construída sobre os escombros duma paisagem natural que a pouco e pouco se foi destruindo e Oeiras tem dessas paisagens, não revela qualquer harmonia com objectivos de desenvolvimento durável e de mobilidade sustentável que conhecemos nos países nórdicos ou da Europa Central, Pelo contrário, continua-se a desperdiçar espaço natural e a prosseguir com projectos especulativos como os que foram realizados na Quinta de Santo António em Miraflores, ou os que são preconizados para o Alto da Boa Viagem entre Caxias e Cruz Quebrada. Também assistimos a aberrações urbanísticas como os cerca de noventa fogos na estrada Porto Salvo/Paço Arcos, alguns assentes sobre pilares na plataforma de uma ravina de uma ribeira, com saída e entrada directa de automóveis para uma estrada municipal ou duma urbanização, junto ao Cemitério de Oeiras e às bombas da Avia c/cerca de 150 fogos também numa plataforma de uma ravina, com entradas e saídas por uma estrada de dois sentidos junto a uma rotunda. Curiosamente estes empreendimentos pertencem ao mesmo promotor. Mas, há mais, a construção de 250 fogos no Casal do Deserto/Porto Salvo junto a uma Escola já em construção e mais um Hotel. Ou seja, sem qualquer estudo de impacto, dentro de pouco tempo, o tráfego na rotunda Jorge Vieira de Melo e rotundas seguintes com acesso à auto-estrada atingirá longos períodos de saturação e contribuirá para que o Pacto dos Autarcas seja de todo ultrapassado.
Ora, tudo isto merece um debate aprofundado e urgente na assembleia municipal, num fórum alargado a especialistas convidados, em que de uma vez por todas Oeiras não esteja sujeita aos caprichos dos especuladores imobiliários.

A competividade do Concelho está dependente da resolução das questões da mobilidade e da requalifiação urbana. Na hora de comprar a sua casa ou instalar a sua empresa os custos dos imóveis e os custos com a energia e o desperdicio de tempo pesarão nos pratos da balança.corremos o risco da coexistência de zonas urbanas apraziveis e cuidadas paredes meias com ilhas de habitação degradada desertas e com focos de insalubridade e insegurança.

Aos cidadãos aqui presentes, aos eleitos dos vários partidos, dizemos que a liberdade, a fraternidade e a igualdade não é só um lema, é uma forma de estar na vida, é um combate diário por uma sociedade melhor, mais justa e solidária. Sem desemprego, sem injustiça territorial e social, sem caminhos corruptos, mas por uma sociedade que saiba trazer dos avanços da tecnologia e do saber, os valores duma sociedade de igualdade e fraternidade entre as pessoas e a vida do planeta.
Apelamos aos cidadãos de Oeiras, para que haja uma mudança de hábitos e comportamentos de acordo com os objectivos ambientais e de sustentabilidade que da sabedoria e do conhecimento não haja aproveitamentos demagógicos e anti-sociais. A próxima revisão do PDM não poderá a continuar dar cobertura a políticas especulativas de usos do solo e de desenvolvimento insustentável.
Contem connosco
Viva o 25 de Abril.

Bloco de Esquerda – Oeiras 25 de Abril de 2010

sábado, 24 de abril de 2010

MANIFESTAÇÃO 25 ABRIL + CONVIVIO


MANIFESTAÇÃO 25 ABRIL - Avenida da Liberdade

Encontro do BE Oeiras, na estação de Oeiras pelas 14h (ou então no Marquês de Pombal, do lado esquerdo, perto do Diário de Notícias às 15h)



Depois da Manifestação haverá convívio na Sede do Bloco na Rua da Palma nº268



Apareçam!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

REUNIÃO JOVENS - 24 ABRIL



REUNIÃO JOVENS BLOCO DE ESQUERDA OEIRAS

Dia 24 Abril
15H30

Sede Bloco de Esquerda Oeiras



..................................
Bloco de Esquerda Oeiras
Rua Artur Brandão, nº13 – Oeiras
www.bloco-oeiras.blogspot.com
bloco.oeiras@gmail.com

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Carta de uma munícipe ao Sr Presidente da Câmara Municipal de Oeiras


Carta de uma munícipe ao Sr Presidente da Câmara Municipal de Oeiras

"Exmº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Oeiras

Dr. Isaltino Morais

É lamentável que no comunicado de V.Exª de Março de 2010, venha informar os seus munícipes do fim da recolha porta-a-porta dos resíduos sólidos recicláveis.

Quem se habituou como eu a fazer reciclagem, ao longo de todos estes anos, comprando sempre os sacos azuis, dividindo o papel e cartão, do restante lixo plástico e latas, tendo adquirido para o efeito um contentor de lixo para cada um dos tipos de lixo, (papelão, vidrão, plástico) é muito difícil voltar atrás.

É uma "imundice" o que se vê junto aos ecopontos nas ruas do nosso concelho.

Infelizmente, não tenho agora outra solução senão, fazer o mesmo, e deixar os meus sacos azuis cheios de papel e lixo reciclável junto aos ecopontos, mas garanto-lhe Senhor Presidente, que me custa bastante fazê-lo, pois se eu vivesse na casa da frente ou ao lado destes ecopontos, não gostaria de estar sempre a ver esta imagem de "lixo, sujidade, desleixo, mau cheiro e imundice".

Não tenho a certeza, mas julgo que é ás 3ªs de manhã, que passa a camioneta dos reciclados na minha Rua , o que significa, que durante o fim-de-semana, quando as pessoas têm mais tempo, os ecopontos fiquem atolados de lixo reciclável, ainda por cima, junto a uma paragem de autocarro.

Os oleões, fazem imensa falta, pois quando quero deitar o óleo fora, tenho sempre que o levar de carro até à Rua (...), que é o mais próximo de minha casa.

Quanto aos “pilhões” são quase invisíveis, sendo as pessoas obrigadas a deixar as pilhas em sacos plásticos pendurados nos ecopontos.

Outra coisa que falta no nosso concelho, são caixotes de lixo pequenos. Tenho dois cães, e quando os vou passear ao fim de semana, ou tenho a sorte que eles façam as suas necessidades até ao fim da Rua (...) , ou a minha filha e o meu marido passeiam os cães, e eu passeio os sacos "com os presentes" até chegar (...)(ao caixote do lixo mais próximo).

Bem sei que a meio do caminho existem imensos caixotes do lixo dos vizinhos, mas também não gostaria que deixassem os “presentes” dos outros cães no meu caixote do lixo.

Tinha ORGULHO em dizer que o meu concelho, tinha um sistema de recolha de lixo e recicláveis absolutamente impecável, pois via que por todas as ruas por onde passava, lá estavam os sacos azuis à noite para serem recolhidos, toda a gente estava habituada a deixar os seus recicláveis no passeio, a recolha fazia-se durante a noite, e não de manhã como se faz agora, o que não é agradável de ver e cheirar, quando se está atrás da camioneta.

Como V.Exª refere no seu comunicado: “Em 1997, este tipo de recolha selectiva foi alargado a todo o concelho com uma recolha semanal e, em 2000, passou a duas recolhas, semanais, o que levou à atribuição do galardão PLASTVAL atribuído pela Sociedade Ponto Verde ao Município de Oeiras, pelo facto desta ser a autarquia que maior quantidade de plástico por habitante enviava para reciclagem. Esta contínua política de promoção, da recolha selectiva e posterior valorização valeu ao Município, entre 2001 e 2003, o Prémio Cidades Limpas e, em 2005 e 2006, o galardão ECO XXI, atribuído pela ABAE.”

Lamento muito Senhor Presidente, que com a decisão que V. Exª tomou, o nosso concelho tenha “andado” décadas para trás no que se refere à recolha de reciclados.

Com os melhores cumprimentos,

De V. Exª

Atentamente,

Teresa Castelo-Branco"

(moradas e outras referências à morada da munícipe foram retiradas do texto para poder ser publicado)

sábado, 10 de abril de 2010

Quinta de Santa Sofia (Cruz Quebrada)



"
A Quinta de Santa Sofia, antiga propriedade dos Condes de Tomar, é um património arquitectónico único existente na freguesia da Cruz Quebrada, sendo um dos poucos restantes de elevada importância histórica e arquitectónica e que está em risco de desaparecer!

O Palacete de Santa Sofia (1896) é de autoria do Arquitecto José Luíz Monteiro detentor de obra notável na região de Lisboa sendo autor de obras como a Estação do Rossio em Lisboa (1886) e o Chalet Biester em Sintra (1890) entre outras de referência arquitectónica. O Arquitecto José Luíz Monteiro, conhecido como Mestre Monteiro, esteve fortemente associado a uma tipologia construtiva da época - o Chalet.

Com mestria e baseado numa escolha estilística particular, oArquitecto José Luíz Monteiro projectou o Palacete de Santa Sofia tornando-o numa obra única caracterizada pelo estilo neo-árabe com frisos de azulejo sobre as janelas e varandas, diversos elementos em ferro forjado e cúpulas mouriscas.

Por outro lado, os magníficos jardins da Quinta de Santa Sofiarepresentam uma reprodução da cerca do Convento de Cristo (Tomar), que também foi propriedade dos Condes de Tomar, e complementam a beleza do Palacete em harmonia, realçando a sua arquitectura singular.

O Plano de Salvaguarda do Património Construído e Ambiental do Concelho de Oeiras identifica o Palacete de Santa Sofiacomo edifício representativo da tecnologia construtiva da época considerando um raio de protecção de 50 metros.

O projecto de urbanização da Quinta de Santa Sofia, da autoria dos arquitectos CB Arq, promovido pelos actuais proprietários e pelos promotores imobiliários CB Richard Ellis Portugal e em fase de análise pela Câmara Municipal de Oeiras constitui um grave atentado a este património, propondo a destruição dos jardins da Quinta de Santa Sofia e a total descaracterização do palacete e da zona histórica e arquitectónica envolvente. Viola tanto o raio de protecção do palacete propriamente dito, como o raio de protecção da ponte sobre o Jamor.

A título meramente exemplificativo, este projecto prevê “vivendas geminadas” em blocos de 1.200m2 cada, ao passo que o palacete tem uma área que ronda os 800m2, ou seja, apenas 2/3 da área de cada um dos 3 blocos de “vivendas” que pretendem implantar nos seus terrenos. Além desses 3 blocos, o projecto prevê ainda a construção de mais uma “moradia” de 600m2 e uma outra, mais pequena, por trás do palacete.

Esta urbanização terá ainda graves consequências no já muito congestionado tráfego da rua Sacadura Cabral, no sossego e qualidade de vida dos habitantes das ruas envolventes e não se vê como ficará assegurada a segurança contra incêndios, tendo em conta que nenhum dos acessos previstos permite a circulação de carros de bombeiros.

Como se isto não fosse suficiente, o projecto em análise na Câmara Municipal de Oeiras pouco ou nada diz sobre a recuperação do palacete. Os promotores fizeram apenas um pedido de informação prévia para os blocos de elevada volumetria que pretendem construir, tendo-se limitado a dizer que o palacete seria “recuperado”. Para bom entendedor, meia palavra basta...

A população da freguesia da Cruz Quebrada está a mobilizar-se contra este projecto catastrófico de forma a salvaguardar este património único através de abaixo-assinados e outras iniciativas e conta com o apoio de todos para se manifestarem contra mais um atentado que visa apenas defender o benefício de poucos em detrimento dos valores patrimoniais arquitectónicos e históricos que valorizam e que dignificam a freguesia.

Enquadramento e nota histórica sobre o Palacete de Santa Sofia

O Palacete de Santa Sofia está localizado junto à ponte sobre o rio Jamor de construção Filipina (1608), na periferia da zona urbana da Cruz Quebrada, sendo que uma parte dos terrenos do palacete e o palacete propriamente dito estão dentro do perímetro de protecção desta ponte, bem como dentro da zona de protecção do Estádio Nacional (restrições construtivas).

O Palacete de Santa Sofia, que foi em tempos conhecido como o “Palácio Moderno”, foi implantado na Quinta da Bela Vista, que pertenceu ao Conselheiro Bartolomeu dos Mártires Dias e Sousa, pai de Sofia Dias e Sousa, que casou com o 2º Conde de Tomar - António Bernardo da Costa Cabral. Por morte do sogro, o 2º Conde de Tomar herdou esta propriedade (bem como outros imóveis de relevo, de que se destaca o Palácio dos Condes de Tomar onde funciona hoje a Hemeroteca de Lisboa).

Foi o 2º Conde de Tomar que mandou construir o actual Palacete de Santa Sofia. Enquanto aguardava a sua construção, instalou-se numa casa da Calçada do Salão, hoje Calçada Conde de Tomar, na Cruz Quebrada. Nessa época, a Cruz Quebrada era um local de vilegiatura famoso, onde famílias fidalgas e da nobreza, bem como burgueses endinheirados vinham “a banhos”. O Conde de Tomar tinha também casas que arrendava aos banhistas (entre os quais, Pinheiro Chagas), designadamente na Rua Fresca. Essa rua, hoje desaparecida, bordejava o Jamor e havia várias casas de veraneio onde hoje se situa a “raquete” do antigo terminal do eléctrico.

Foi na época do 2º Conde de Tomar que a belíssima réplica de parte da cerca do Convento de Tomar, que ainda hoje existe nos jardins do palacete, foi mandada construir por sua ordem.

A cerca do Convento de Tomar (Cerca ou Quinta dos Sete Montes) foi propriedade do 1º Conde de Tomar e dos seus herdeiros (entre eles, o 2º Conde de Tomar) durante quase um século, depois de ter sido adquirida por António Bernardo da Costa Cabral, Ministro do Reino e 1º Conde de Tomar, em 1837. Esta aquisição verificou-se no seguimento da extinção das ordens religiosas e da anexação dos bens da Ordem de Cristo à Coroa e da sua posterior venda.

A "cerca" mandada construir pelo 2º Conde de Tomar nos jardins do Palacete de Santa Sofia evoca assim a ligação histórica da sua família à cerca do Convento de Tomar.

O Palacete de Santa Sofia passou depois para a família Costa Macedo por casamento de duas filhas do 2º Conde de Tomar, primeiro da sua filha Maria Dias e Sousa da Costa Cabral com António Maria da Costa Macedo em 1898 e, na sequência da morte desta, por casamento deste com a irmã gémea da sua anterior esposa, Luísa Dias e Sousa da Costa Cabral, em 1919.

Do primeiro casamento de António da Costa Macedo nasceram 7 filhos, que deram origem aos actuais proprietários do palacete, já que do 2º casamento não houve descendência.

Duas das filhas de António da Costa Macedo doaram importante documentação do 2º Conde de Tomar e do Conselheiro Bartolomeu dos Mártires Dias e Sousa à Torre do Tombo, onde pode ser consultada.

Quanto aos terrenos da Quinta de Santa Sofia, uma parte importante foi loteada nos anos 70, para construção de prédios e moradias nas três ruas envolventes (Bento de Jesus Caraça, Sociedade Cruz Quebradense, Calçada do Conde de Tomar). Dos terrenos originais ficou cerca de 1 hectare, onde se situa o Palacete, uma construção mais antiga e os jardins com árvores centenárias, onde se encontra a réplica da cerca do Convento de Cristo."

texto retirado do blog Liga dos Amigos do Jamor - amigos do estádio nacional 30 de Março 2010